NDI – Núcleo de Desenvolvimento Infantil
  • Crianças no Fazendo Gênero – Edição 2021

    Crianças Fazendo Gênero faz parte do Seminário Internacional “Fazendo Gênero”, sendo uma ação de extensão do NDI em parceria com Usina da Imaginação.  Se configurou nessa edição de 2021 com oficinas de diálogo e participação criativa e lúdica das crianças e adolescentes.  Os encontros, nesse ano virtuais, aconteceram de 13 a 23 de julho, com a participação de 24 crianças e adolescentes, ao todo sendo 10 crianças de 04 a 07 anos e 14 crianças e adolescentes de 08 a 14 anos.

    As crianças pequenas contaram e ouviram histórias, cantaram, aprenderam a fazer audiodescrição e a se comunicar em Libras. No grupo de crianças e adolescentes, construímos o roteiro, criamos personagens e filmamos várias cenas que resultaram na produção de um filme de ficção “Renata e os Monstros”. Num processo lúdico e alegre, valorizamos as falas e os olhares sobre temas como gênero, raça, classe e dinâmicas intergeracionais, tomando como tema central as diferenças culturais e identitárias. No dia 27 de julho, os dois grupos se reuniram na Conferência das Crianças do Seminário Internacional para uma troca das suas experiências no evento, onde contaram os detalhes da sua participação.

    A Coordenação e execução foram feitas numa parceria institucional entre Usina da Imaginação, Secretaria e Coordenação Geral do Fazendo Gênero e o NDI/UFSC, representado pelo projeto de extensão Diferenças na Educação Infantil: gênero, corpo e infância. No NDI contamos ainda com a colaboração do projeto de extensão Infância e Literatura: experiência estética e formação de pequenos leitores e da pedagoga e estagiárias de Educação Especial. Contamos ainda com a participação especial nas atividades dos músicos do grupo “Acorda em Si e ” da produtora Flor do Vento. Vale destacar, que crianças e adolescentes de diversas cidades e seus familiares, fizeram parte do evento, sendo que o entusiasmo dessas crianças garantiram encontros dinâmicos, lúdicos e de muitas vozes infantis.

     

     


  • Núcleo de Desenvolvimento Infantil inicia preparação para ensino semipresencial

    O Colégio de Aplicação (CA) e o Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começarão, nos próximos dias, a preparar um retorno às atividades semipresenciais de ensino. As unidades foram autorizadas, por meio da Portaria Normativa nº 406/2021/GR, a retomar, de modo gradual e em horário integral, a partir de 20 de setembro de 2021, as atividades administrativas na modalidade presencial, na Pré-Fase 2. A Portaria foi publicada nesta segunda-feira, 16 de agosto.

    A oferta de atividades de ensino deverá começar entre o final de setembro e início de outubro, após a imunização dos professores e técnicos-administrativos contra a Covid-19, bem como a adequação dos ambientes às medidas sanitárias necessárias para garantir a segurança de toda comunidade escolar.

    O NDI, que atende 212 crianças de 0 a 6 anos prevê o retorno semipresencial de forma gradual e escalonada realizando a divisão dos grupos (turmas) que irão presencialmente em dias alternados. Ao contemplar as atividades presenciais, também serão mantidas as propostas pedagógicas de aproximação virtual com as crianças e famílias – que já vêm sendo realizadas -, para as famílias que optarem por não retornar presencialmente. Os ambientes serão preparados incluindo manutenção de pisos, portas e pinturas de salas. Toda a escola receberá marcações para orientar o distanciamento e será equipada com totens de álcool em gel.

    “A escola aguarda um cronograma que deve sair nos próximos dias em relação às obras e reformas necessárias na estrutura física do NDI, que necessita de reparos relacionados especialmente à parte elétrica e hidráulica para que possa definir mais concretamente a data do retorno semipresencial”, afirma a diretora do Núcleo, Juliane La Banca.

    Planos de Contingência

    A Comissão Permanente de Monitoramento Epidemiológico da UFSC concluiu recentemente a análise dos Planos de Contingência do Colégio de Aplicação e do Núcleo de Desenvolvimento Infantil. No documento de resposta, os especialistas da comissão sugerem um conjunto de medidas e atitudes a serem observadas para retomada de atividades educacionais presenciais, no momento em que houver “condições comunitárias” para tal. Os Planos de Contingência serão agora encaminhados à secretaria de Educação do Município.

    As orientações são relacionadas aos espaços físicos, medidas de proteção individual de toda comunidade escolar e até comportamentos que garantam a segurança sanitária quando houver o retorno às salas de aula.

    Impactos relevantes

    A comissão reconhece que “o fechamento das escolas provoca impactos negativos relevantes na aprendizagem, na evasão escolar, na renda familiar e no aprofundamento das desigualdades sociais”. Ressalta que, apesar de os riscos de quadros graves de Covid-19 serem menores entre crianças e adolescentes, eles existem e merecem atenção. Infecções e aumento de casos graves neste grupo etário têm sido observados mesmo em países com elevadas taxas de vacinação de idosos e adultos. “Por isso é essencial que gestores e demais atores atuem fortemente para viabilizar as condições sanitárias que permitam segurança na abertura dos espaços educacionais”.

    Entre as medidas para segurança na retomada de atividades presenciais, os especialistas da comissão apontaram a necessidade de vacinação completa para toda a equipe profissional das escolas, além do distanciamento físico, a ampla ventilação das salas e o uso de máscaras. As medidas ajudarão a evitar o contágio por gotículas de saliva e pelos chamados aerossóis, que se espalham pelos ambientes. Todos na sala de aula devem usar máscaras, assim como eventuais visitantes. Para os servidores, a Universidade irá fornecer máscaras de alta qualidade (PFF2 ou N95).

    Aulas de música ou de educação física em ambientes fechados foram desaconselhados pela comissão neste momento. Durante a maior parte do tempo, devem ser priorizadas atividades externas. As refeições, momento em que é inevitável a retirada das máscaras, devem ser feitas preferencialmente em áreas externas, segundo a comissão.

    Após o retorno semipresencial, deve-se acompanhar atentamente a evolução da pandemia na cidade (número de novos casos) e monitorar os casos suspeitos e confirmados de Covid-19 e de seus contatos no ambiente escolar.

    Adaptada a partir de: https://noticias.ufsc.br/2021/08/colegio-de-aplicacao-e-nucleo-de-desenvolvimento-infantil-iniciam-preparacao-para-ensino-semipresencial/


  • Convite para a live: Ações Afirmativas nos Colégios de Aplicação

    A Comissão de Formulação da Política de Ações Afirmativas do Colégio de Aplicação e do Núcleo de Desenvolvimento Infantil da Universidade Federal de Santa Catarina (Portaria 883/GR/2021) convida para a live “Ações Afirmativas nos Colégios de Aplicação”. Com presenças confirmadas de Professoras de Colégios de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, da Universidade Federal de Uberlândia e da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a atividade é a quinta de uma série de eventos iniciada em dezembro de 2020 com a finalidade de oportunizar informação e formação acerca da implementação das ações afirmativas – reserva de vagas para pretos, pardos, indígenas e quilombolas na educação básica da UFSC.  O convite se estende a docentes, servidores técnicos, estudantes, pais e responsáveis, comunidade UFSC e demais interessados. A transmissão será pelo canal do Núcleo de Desenvolvimento Infantil na terça-feira, dia 24/08/2021 às 18h30. Link do evento: youtu.be/NAXeEgKrf3w


  • Convite para a discussão do texto: Políticas de Educação Especial em disputa: uma análise do Decreto Nº 10.502/2020, do autor Prof. Dr. Luiz Renato Martins da Rocha

    Prezada comunidade escolar.
    O Grupo de Estudos de Educação Especial na Educação Básica, formado por profissionais do Núcleo de Desenvolvimento Infantil e Colégio de Aplicação da UFSC, retornará às suas atividades de estudo neste semestre, a partir de 20/08/2021, com reunião em plataforma virtual, das 8h30 às 10h.
    Para nosso primeiro encontro,  teremos como convidado, o pesquisador Doutor Luiz Renato Martins da Rocha, autor do texto estudado pelo grupo no 1º semestre de 2021, intitulado: Políticas de Educação Especial em disputa: uma análise do Decreto Nº 10.502/2020.
    O autor  fará uma breve discussão sobre a Política de Educação Especial e dialogará com os presentes a partir das reflexões trazidas.
    Para realizar a inscrição no evento, favor acessar o link: http://inscricoes.ufsc.br/roda-de-convesa-ed-especialO link para a reunião é: https://conferenciaweb.rnp.br/spaces/grupo-de-estudos-pnee/Será um prazer contar com sua participação em nosso encontro.


  • Projeto de Educação Ambiental traz a obra: “Como eu cheguei aqui?”

    Olá prezada comunidade escolar.

    Conforme informamos em maio de 2021, nós do projeto de educação ambiental indicaremos possibilidades de leituras por meio de livros físicos e e-books para que as famílias, e a comunidade escolar ampliada do NDI, além dos professores da educação básica possam ter referências para seus planejamentos e seu trabalho pedagógico sobre temas como criança, natureza, ciências, sustentabilidade e temas correlatos.

    Nossa primeira viagem literária da nossa coluna “Passaporte para a leitura” será a obra: “Como eu cheguei aqui”.

    Maiores informações: https://projetoeducacaoambientalndi.paginas.ufsc.br/ ou ainda https://projetoeducacaoambientalndi.paginas.ufsc.br/2021/08/16/passaporte-para-a-leitura-como-eu-cheguei-aqui/

    #paratodosverem: A figura apresenta no topo o texto “Passaporte para a leitura”. Do lado esquerdo tomando a maior parte do espaço está a capa do livro. A figura da capa do livro é composta por um título central “Como eu cheguei aqui” do autor Philip Bunting, que também é o ilustrador da obra. Ao redor do título estão desenho simples representando os planetas, a evolução do homens, desde o parente símio com os outros macacos, passando pelos homenídios anteriores e ainda dinossauros, fogo e um polvo, entre outras figuras. Do lado direito em uma coluna estão o texto principal e as informações sobre a obra: “Nossa primeira viagem será o livro “Como eu cheguei aqui?” de Philip Bunting, da Brinque-Book. Neste livro, aprendemos de forma divertida e lúdica a história da nossa vida desde o Big Bang até o nosso nascimento. Um convite para quem é curioso/a e adora fazer perguntas… Vamos juntos viver esta grande aventura”. E após algumas informações sobre o livro: Lançado em março de 2020, Traduzido por Gilda de Aquino, trinta e seis páginas”.


  • Divulgação de formação: Seminário Educação Infantil – Módulo I (Especificidades do trabalho pedagógico na Educação Infantil)

    Este seminário se configura como uma ação de extensão do Grupo de Estudos e Pesquisas Infância, Literatura e Educação – GEPILEd (NDI/UFSC/CNPq) organizada com o objetivo de contribuir na formação continuada de profissionais de creches conveniadas a Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. A ação, coordenada pela professora Rubia Demetrio, totalizará 16 horas distribuídas em 4 encontros de estudos e contemplará a formação de aproximadamente 80 profissionais que atuam com as crianças de 0 a 5 anos de idade.


  • O Grupo de Estudos e Pesquisas Infância, Literatura e Educação – GEPILEd (NDI/UFSC/CNPq) convida:


     

    IX SEMINÁRIO DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL (IX SLIJ) E V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL E PRÁTICAS DE MEDIAÇÃO LITERÁRIA (V SELIPRAM)

    Esse ano o evento está completando 20 anos, e a celebração se dará no encontro (remoto, já que a pandemia ainda nos distancia) com convidades muito querides que fizeram parte dessa história, por isso, excepcionalmente nessa edição, não teremos inscrições para apresentação de trabalhos.

    O evento acontecerá entre os dias 3 e 5 de novembro e será transmitido pelo YouTube do LITERALISE (https://www.youtube.com/c/literaliseufsc). Logo disponibilizaremos mais informações referentes à programação e inscrição para participação como ouvinte.

    A Comissão organizadora é composta por Eliane Santana Dias Debus (MEN/UFSC), Maria Laura Pozzobon Spengler (UDESC), Nelita Bortolotto (MEN/UFSC), Chirley Domingues (UNISUL) e Caroline Machado (NDI/UFSC). É uma realização do Grupo de Estudos em Literatura Infantil e Juvenil e práticas de mediação de leitura (LITERALISE/UFSC), em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alfabetização e Ensino da Língua Portuguesa (NEPALP/UFSC), com o Grupo de Estudos e Pesquisas Infância, Literatura e Educação (NDI/UFSC) e com outros grupos de pesquisa da UDESC, UNISUL, UNESC, UMinho (Portugal) e UCS (Espanha).

    Anotem na agenda para não ficarem de fora desse encontro!


  • Receita de filé de frango com Ora-pro-nobis

    Olá prezada comunidade.

    Anteriormente nós falamos sobre a PANC “Ora-pro-nobis”, o fato de ser comestível e seu uso culinário. Hoje nós trazemos uma opção culinária: Filé de frango com Ora-pro-nobis. 😛

    #paratodosverem: O cartaz mostra como se prepara a receita “Filé de frango com Ora-pro-nobis”. Junte numa panela o azeite, o filé de frango e leve ao fogo. Mexa em fogo brando até dourar levemente. Acrescente a cebola e depois o alho os deixando fritar com o frango. Acrescente o pimentão, o tomate e refogue. Junte a pimenta e a cúrcuma com um poco de água e deixe cozinhar até formar um molho. Após o frango estar cozido acrescente as folhas de ora-pro-nóbis e a cebolinha verde e os deixe cozinhar por mais três minutos em fogo brando. Sugerimos como acompanhamento para o frango com Ora-pro-nobis: arroz integral, feijão e saladas verdes.


  • Jornal do Curso de Jornalismo da UFSC publica matéria sobre Colégio de Aplicação

    Colégio de Aplicação enfrenta pressões por fim do ensino remoto emergencial

    Grupo de pais, políticos e imprensa defendem retorno presencial, ignorando a vacinação incompleta de professores e técnicos, verbas escassas e vínculo com a UFSC. Dos 16 Colégios de Aplicação do Brasil, nenhum voltou às atividades presenciais. Retorno ao semipresencial depende de avaliação de comitê científico da universidade

    Reportagem por: Vinicius Claudio

    Fachada do Colégio de Aplicação da UFSC, fechado para atividades presenciais desde março de 2020 | Foto: Vinicius Claudio

    Quase um ano e meio após a suspensão das aulas presenciais em função da pandemia da Covid-19, professores e técnicos do Colégio de Aplicação (CA) e do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) da UFSC enfrentam agora pressão de alguns pais, da imprensa e até do poder legislativo para que abram suas portas novamente.

    A vacinação dos profissionais da educação começou em Florianópolis na última semana de maio. Na ocasião, as doses da Astrazeneca — que demandam três meses entre a primeira e segunda aplicação — eram o principal lote disponível. Dessa forma, o ciclo vacinal dos docentes e técnicos deve estar completo apenas em meados de agosto.

    Além disso, a pandemia no município é classificada atualmente pela Secretaria Municipal de Saúde sob alerta de risco potencial grave. Com isso em vista, a última portaria da UFSC sobre o tema prorrogou, até 2 de outubro de 2021, a suspensão das atividades presenciais de ensino em todos os níveis e em todas as unidades da instituição.

    A instituição de ensino abriga um dos 16 Colégios de Aplicação (CAs) vinculados a universidades federais no Brasil e submetidos às suas normativas. Todos esses CAs seguem com o ensino remoto emergencial, de acordo com um levantamento do Conselho de Dirigentes das Escolas Básicas das Instituições Federais de Ensino Superior (CONDICAp). Com essa modalidade, os alunos não ficaram sem atividades nem atendimento pedagógico e os professores e técnicos, segundo relatam, para adequar tudo, chegam a acumular mais horas de trabalho do que no método presencial.

    A realidade dessas instituições ligadas à rede federal as distinguem das redes estadual, municipal e das escolas privadas. Os colégios de aplicação são, também, um espaço dentro das universidades para formação de professores, realização de estágios, desenvolvimento de pesquisas e projetos de extensão. Porém, a comparação com as outras escolas tem provocado críticas, pressões e ataques nas redes sociais, em que se cobra o retorno presencial nas duas escolas da UFSC.

    Em Florianópolis, colégios privados voltaram a funcionar de forma presencial ou híbrida desde 1º de fevereiro e a rede estadual desde 18 de fevereiro. Na rede municipal, as aulas estavam previstas para retornar em 24 de março, mas voltaram apenas no fim de maio, após 67 dias de greve dos trabalhadores. Os profissionais de educação cobravam vacinação, equipamentos de segurança e condições sanitárias para trabalhar.

    Contudo, segundo pesquisadores vinculados à Rede de Pesquisa Solidária, que analisaram políticas de estados, municípios e do governo federal em 2021, os protocolos sanitários utilizados na reabertura das escolas no Brasil não foram suficientes para garantir a segurança de alunos e trabalhadores, o que representa riscos à saúde pública.

    Pais se manifestam

    Um perfil criado nas redes sociais e atribuído a um grupo de pais com filhos matriculados no Colégio de Aplicação tem manifestado publicamente a insatisfação com a decisão da UFSC. Nas postagens, o perfil se dirige a “genocidas da educação” e pede para que “não usem nossos filhos como escudo político”. São marcados nas publicações veículos de imprensa e perfis de políticos, de deputados estaduais do PSL e Novo, tradicionalmente favoráveis à retomada de todas as atividades de ensino. O grupo também repercute entrevistas concedidas à mídia local e compartilha preocupações com a saúde mental dos filhos. Além do perfil nas redes sociais, uma petição online contra a decisão da UFSC soma cerca de 240 assinaturas e defende “o retorno das aulas presenciais ao menos no sistema híbrido, com protocolo de segurança e dando direito às famílias que ainda não se sentem seguras de que seus filhos permaneçam no EAD, se assim preferirem”.

    O diretor do colégio, Edson Azevedo, afirma que recebeu a petição. No documento, Edson conta que parte das assinaturas era de fora da região de Florianópolis, onde a escola não possui alunos matriculados. “Tomei como base que aquela petição continha, também, pessoas que não eram os responsáveis legais pelos nossos estudantes”. De acordo com o diretor, em seguida lhe foi entregue, por uma mãe, uma planilha com pouco mais de 50 nomes — entre pais, mães e estudantes. O Colégio de Aplicação possui 998 alunos matriculados.

    Professor de Língua Portuguesa e Literatura há 10 anos no Colégio de Aplicação da UFSC, George França ressalta o esforço da equipe para viabilizar as aulas e atividades remotas e destaca que as transições entre as diferentes modalidades de ensino não são tão simples quanto podem parecer. “Nesse tempo, a gente teve que estruturar e colocar um sistema em pé, fazer esse sistema funcionar, trabalhar e agora temos que nos preparar para outro. Isso demanda tempo, estudo e discussão”, argumenta o docente.

    Mãe de duas filhas em idade escolar e também professora, Ana Carina Baron enxerga as várias faces da situação. “Eu compreendo a aflição e a demanda das famílias que veem os filhos sofrerem, adoecerem e não terem a infância que a gente tanto preza. Entendo perfeitamente porque vivo isso dentro da minha casa”, diz a docente que leciona no Colégio de Aplicação desde 2018. Com o marido também em home office, ela conta que a logística familiar permite conciliar o cuidado da casa, das crianças e do trabalho. “Não é um arranjo perfeito, está longe de ser o ideal. E também causa seus sofrimentos. Mas para nós é muito claro que isso não tem relação com o fato das escolas não estarem abertas. Isso tem a ver com o fato de estarmos em uma pandemia mal gerida”, enfatiza.

    Impasses financeiros

    Para esclarecer o que está sendo feito e quais as condições de retorno, o Colégio de Aplicação realizou uma reunião aberta com as famílias no fim do mês de junho. No encontro, o diretor Edson Azevedo abordou outro tema que desafia a volta ao presencial: as finanças da escola.

    Em 2021, a verba do colégio por estudante é de R$ 629,91 ao ano. Uma redução de 33% em relação a 2020. Abrir a escola requer, neste momento, uma série de investimentos. Entre eles, estão reparos e manutenção dos prédios, aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e contratação de 60 estagiários para atendimento dos estudantes. O próprio ensino remoto trouxe gastos específicos. Além da impressão e envio de materiais de apoio, em 2020 foram concedidas 40 bolsas de auxílio internet para alunos em situação de vulnerabilidade. Em 2021, são 76 estudantes que têm acesso ao benefício. A medida tenta evitar a evasão escolar, grave consequência do período de escolas fechadas no Brasil.

    Na reunião com os pais, Edson também reforçou a importância de que todos os profissionais estejam com o ciclo de imunização completo. Um levantamento feito com os 112 professores e os 48 técnicos-administrativos constatou que 27% deles possuem alguma comorbidade. O mesmo levantamento ainda deve ser feito com as famílias.

    Ao final da exposição, a maioria das manifestações por parte dos pais e mães era de apoio aos profissionais do CA. “Creio que nossos esforços seriam melhor direcionados na luta pela redução do contágio da doença, cobrando ações mais enérgicas e mais verbas para garantir a segurança do retorno. Nossa luta deveria ser por vacinas para todos e assim tudo começaria a voltar ao normal”, disse um dos pais no relato que encerrou a reunião.

    O que diz o comitê científico

    Elaborado por uma comissão que envolve famílias, professores e técnicos, o Plano de Contingência do Aplicação prevê as ações necessárias para que, até o dia 2 de outubro, a modalidade semipresencial esteja devidamente preparada e possa ocorrer. A data marca o prazo final da portaria que suspende as atividades presenciais, mas o retorno ainda não é garantido.

    Tudo depende da fase em que a pandemia da Covid-19 estará. Os critérios para o retorno das atividades presenciais na instituição foram desenhados por um subcomitê científico composto por pesquisadores e especialistas de diversas áreas — entre eles epidemiologistas e imunologistas. As atividades estão organizadas em três fases, que podem ser reversíveis de acordo com determinados indicadores epidemiológicos.

    Atualmente, a UFSC se encontra entre a primeira e a segunda fase. Nesse cenário, o retorno híbrido já está sendo planejado e as tarefas de organização essenciais, como visitas aos centros, são permitidas. A fase 2, quando as atividades semipresenciais poderão ocorrer, é caracterizada pelo comitê científico como o “cenário em que o número de novos casos diários e óbitos na macrorregião de cada campus apresenta decréscimo nas duas semanas anteriores, com a ocupação de leitos de UTI no SUS inferior a 60%”.

    Para estruturar o retorno no CA, um formulário elaborado pela escola já circula entre as famílias dos estudantes para identificar a intenção de adesão ao ensino híbrido.

    Atividades pedagógicas pensadas com as famílias

    Para reduzir as perdas na aprendizagem em uma situação excepcional como o ensino remoto emergencial, é preciso dedicação constante de todas as partes envolvidas. Por isso, o CA e seus professores vêm se utilizando de aulas síncronas e assíncronas, grupos de estudo de reforço, acompanhamento psicológico, adequação dos profissionais e alunos às plataformas virtuais.

    No Núcleo de Desenvolvimento Infantil também foi necessário que a comunidade escolar se reunisse para estruturar um calendário equivalente ao que é o ensino remoto nas demais etapas da educação básica. A unidade atende 212 crianças na faixa etária dos 3 meses aos 6 anos de idade. O termo equivalente , como ressalta a diretora da escola, Juliane La Banca, se explica porque a exposição às telas não é recomendada e não há previsão legal na educação infantil para se aplicar o ensino remoto, nem emergencialmente, por conta das características específicas dessa faixa etária. “Desde então, o que tem sido feito são atividades de aproximação virtual que são pensadas junto com as famílias de cada grupo de crianças”, explica Juliane. Para a pedagoga Paula Moreira Dias, mãe de alunas do NDI, as voltas ao parque passaram a ter outro sentido depois dessas atividades, além de escapar por alguns instantes do isolamento social: ela agora se dedica a mostrar pássaros e seus ninhos para as filhas Carolina, de cinco anos, e Beatriz, de dois anos. As aves foram a temática de uma das tarefas facultativas propostas pela escola para manter contato com as crianças.

    A formação em pedagogia e o tempo relativamente livre auxiliaram Paula na mediação desse processo. Ela e o marido estão trabalhando em casa e alternando as demandas para dar atenção às filhas. “Toda a situação que a gente está vivendo favorece muito essa ponte. O que talvez não aconteça com outras famílias que não têm esse suporte nem as mesmas condições”, pondera.

    Com a suspensão das aulas presenciais, Paula participou de uma comissão de comunicação e acolhimento das famílias do NDI — uma das cinco criadas em maio de 2020 para organizar o período longe da escola. Paula conta que entrou para a comissão para ajudar a preencher um vazio deixado pelos primeiros meses de suspensão. A ideia era retomar um vínculo que estava se perdendo. A filha mais velha já não lembrava quem eram seus colegas ou a professora da turma.

    Algumas particularidades da educação infantil ainda reforçam as preocupações diante da ameaça de uma doença infecciosa como a Covid-19. Demonstrações de afeto com base no toque, abraços e compartilhamento de objetos são alguns exemplos do cotidiano pedagógico que permeia os anos iniciais.

    Alesc e MPF

    No fim de junho, o assunto chegou também ao legislativo catarinense. O deputado Jessé Lopes (PSL) propôs uma moção de repúdio contra o Colégio de Aplicação, o NDI e a própria UFSC, chamando seus profissionais de “vagabundos sem vergonha na cara”, em plena sessão da Assembleia Legislativa (Alesc). A deputada Luciane Carminatti (PT) saiu em defesa da escola. “O foco central não é esse. Se nós tivéssemos vacina a essa altura do ano, nós não estaríamos discutindo essa moção. Nós estaríamos com todas as escolas e universidades abertas”, argumentou.

    Uma nota de esclarecimento emitida pela Associação de Pais e Professores (APP/CA) foi lida durante a sessão. A associação ressalta que a decisão de não retomar as aulas presenciais é da Administração Central, amparada na ciência e com concordância das instâncias administrativas da universidade. “Destacamos ainda que as aulas remotas em todo o país estão autorizadas pelo próprio ministro da educação, Milton Ribeiro, até dezembro de 2021, através de parecer do Conselho Nacional de Educação”.

    Entidades sindicais também se manifestaram em apoio à escola e aos profissionais. O Sindicato dos Professores da UFSC (Apufsc) disse em nota que “a cautela adotada pelas universidades para evitar a aglomeração de alunos e profissionais da educação desequipados em um ambiente escolar sanitariamente frágil é um cuidado para salvar a vida das pessoas. É isso que distingue uma instituição da ciência daquelas que se amparam no senso comum em tempos de pandemia”.

    Para o Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc), os profissionais “são sorrateiramente atacados, tidos como responsáveis pelo fato de o Colégio de Aplicação não ter retornado às aulas, ainda que os números relativos à pandemia continuem a manifestar o descontrole da situação em nosso estado e no país”.

    Existem, de fato, perdas significativas durante o ensino remoto, mas seus impactos podem ser atenuados. A avaliação é do membro da diretoria do Sintufsc, Renato Milis, que é também psicólogo escolar no Aplicação. Ele explica que existe um conjunto de dificuldades no contexto atual, mas que a escola tem feito, mesmo remotamente, um processo de reflexão junto com os estudantes sobre o período que estamos vivendo.

    Sobre as críticas mais duras e os ataques recebidos, Renato afirma que o momento tem sido delicado. “Há uma parte das famílias de quem a gente entende a ansiedade. A gente sabe que o remoto não substitui o presencial. Há muitas famílias que têm dificuldades, que estão trabalhando presencialmente e não tem com quem deixar os filhos. São problemas concretos. Mas há também muito oportunismo nesses ataques à escola”, diz Renato.

    Para o diretor do Colégio, algumas das questões que ganharam espaço na mídia e no parlamento catarinense são “falsas, assediosas e caluniosas contra a escola’’. Edson defende que “podem existir pontos que a escola precisa melhorar, mas a maioria dessas afirmações são assediosas contra os docentes e técnicos do colégio”.

    A moção de repúdio proposta acabou aprovada pelo plenário da Alesc. Esse não é o primeiro episódio em que o parlamentar ataca a instituição. Em outubro de 2019, o deputado entrou na escola se identificando como representante de um grupo de pais. O colégio estava com seu cronograma ajustado em função de uma greve estudantil que protestava à época contra cortes de verbas do governo federal. O pesselista teria sugerido à direção que os alunos da Educação Especial — que eram acompanhados por estagiários que estavam em greve — fossem dispensados para regularizar o cronograma dos demais alunos. O deputado ainda gravou imagens internas sem autorização, utilizando-as nas redes sociais em tom intimidatório.

    Além de ser pautada no legislativo, a demanda pelo retorno das aulas presenciais foi levada ao Ministério Público Federal. O procurador da República Marcelo da Mota decidiu abrir um inquérito civil após representações de algumas famílias. No texto, o procurador cita a necessidade de “realizar diligências para averiguar a situação narrada nas representações” e checar dificuldades enfrentadas pelos alunos no decorrer do ensino remoto.

    Após ser notificada, a universidade e as escolas encaminharam ofícios, portarias embasadas na avaliação do Comitê de Combate à Pandemia do Covid-19 na UFSC, assim como o Plano de Contingência para Retorno das Atividades Presenciais (Placon) do Colégio de Aplicação.

    Sentimento de injustiça

    O professor George França ressalta o sentimento de injustiça diante de algumas críticas. “Sinto que todo o trabalho que a gente faz acaba sendo invisibilizado. Uma das coisas mais tristes que acontece é saber que você está movendo todos os esforços na direção de fazer o melhor que é possível nessas circunstâncias e isso não ser nem visto por algumas pessoas”.

    O desânimo e estresse pelas críticas de que são alvo vêm se juntar às frustrações que atingem o corpo docente e técnico desde o início da pandemia, como observam os diretores do CA e do NDI. Edson relembra projetos de extensão desenvolvidos pela escola que estão suspensos, como a manutenção de uma horta, uma brinquedoteca, confrarias literárias, intercâmbio com estudantes da Argentina, viagens de estudos, entre outros. “Eu tive professores que entraram em depressão em função dos projetos que estavam indo super bem e tiveram que parar”, afirma.

    No NDI, Juliane conta que estar no cargo de direção tem feito com que ela se sinta pressionada por todos os lados. “Me sinto muito desrespeitada e deslegitimada quando vejo alguns tipos de comentários. Porque desde que assumimos a gestão, temos atuado com muito compromisso e transparência”.

    A professora Ana Carina já lecionou nas redes municipal e estadual e também já deu aula em escolas privadas. Ela destaca que, por ter tido essa experiência, consegue notar a diferença em participar de uma instituição onde pais e professores têm voz para uma construção coletiva e, no quadro atual, podem tomar decisões com respaldo científico. “A gente se sente mais responsável em fazer nosso melhor, pensando nos nossos colegas de profissão que não têm escolha”, relata, ao mencionar profissionais da educação que tiveram que sair de casa mesmo em momentos de alto risco de contaminação e colapso nos sistemas de saúde. “Eu lamento profundamente e eu não queria dizer que essa minha condição é uma condição de privilégio. A gente passou a chamar erroneamente de privilégio certas circunstâncias que na verdade deveriam ser direitos de todas as pessoas”, enfatiza.

    Ela faz parte de uma das quatro comissões internas instaladas pelo Colégio de Aplicação que estão trabalhando e pensando nos detalhes do formato semipresencial que a escola adotará após o aval da universidade. “Professor quer encontrar estudante, quer poder olhar olho no olho, nem que seja de máscara. Eu não vejo a hora de poder conhecer os meus estudantes. Eu dou aula para estudantes sem rosto. Quando estivermos seguros, de acordo com aquilo que a UFSC estabeleceu como seguro, nós voltaremos, sem dúvida. Se tem um dia que é aguardado por nós, é esse.”


  • Você sabia que a Ora-pro-nobis é uma PANC?

    #paratodosverem: A figura traz no topo em letras grandes o nome “Você sabia” e do lado direito uma imagem da planta da Ora-pro-nobis e na parte de baixo ainda a direita outra imagem apenas das folhas que são de um verde bastante escuro e tem um formato quase arredondado. No cartaz estão escritas informações sobre a Ora-pro-nobis: “Você já deve ter visto ou ouvido falar desta planta, mas muita gente não sabe que ela é comestível e pode render um ensopado, uma saladinha ou um outro prato a depender de sua criatividade! A ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata mill) é uma PANC, ou seja, Planta Alimentícia não Convencional e é muitas vezes considerada uma praga ou simplesmente utilizada como uma planta ornamental. Talvez por desconhecimento das pessoas sobre a planta e/ou de suas propriedades nutritivas, geralmente é descartada da alimentação. Porém suas folhas são comestíveis e possuem alto teor protéico, sendo apelidada de “carne dos pobres”. Além de suas folhas, as flores e frutos também são comestíveis. É preciso tomar cuidado com o uso devido aos espinhos.”