O Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (CED/UFSC) iniciou as atividades de ensino presencial para mais de 180 alunos, com idades entre três meses e seis anos, nesta segunda-feira, 14 de fevereiro. O NDI ingressa, assim, na Fase 3 de combate à Pandemia de Covid-19 na UFSC a partir dessa data.
Tiago Aurélio Alves e Paulo Eduardo Botelho do DAS/PRODEGESP, reunidos com Juliane Mendes Rosa La Banca, diretora do NDI e Isabel Cristina da Rosa, coordenadora administrativa do NDI. (Foto: Dyego Anderson Silva Pereira)
Cuidados com a saúde
O retorno às atividades 100% presenciais no NDI demanda cuidados em tempo integral para garantir a saúde plena dos trabalhadores e alunos. A Portaria Normativa nº 423/2022/GR, publicada em 4 de fevereiro, apresentou as regras para o ingresso na Fase 3 do NDI e do Colégio de Aplicação (CA). O CA ingressou na Fase 3 em 10 de fevereiro.
Dentre os cuidados estão os protocolos de distanciamento, uso de máscaras e vacinação dos trabalhadores, e também a realização de testes para detectar casos de Covid-19 dentre os trabalhadores. Nesta terça-feira, dia 15, todos os servidores e estagiários passaram pela testagem. A equipe da enfermagem do NDI, atuando em parceria com o Departamento de Atenção à Saúde (DAS/Prodegesp) também conduz casos suspeitos e confirmados, além de terem atualizado os protocolos sanitários, que foram compartilhados com toda a comunidade escolar.
“O retorno às aulas aqui no NDI está sendo muito gratificante, porque estamos conseguindo observar nas crianças uma colaboração incrível. Elas estão fazendo o uso adequado da máscara, dentro do possível, estão preocupadas no uso do álcool gel e na lavagem das mãos. É interessante observar que elas vem de casa com esses cuidados. Então a gente entende que as famílias estão sendo nossas parceiras nesse processo”, explica Karla Gomes Sifroni, enfermeira do NDI.
Acolhimento
Parque do módulo I. (Foto: Juliane Mendes Rosa La Banca)
Os primeiros dias de aula, conforme planejamento do Núcleo, são marcados por atividades de inserção das crianças e famílias no espaço escolar, prevendo períodos de adaptação e acolhimento. “Os horários são organizados de forma diferenciada, com a possiblidade da presença das famílias conforme a faixa etária e as necessidades das crianças. Para muitas famílias é o primeiro momento de separação de seus filhos, então todo o trabalho pedagógico é pensado para garantir a segurança e o acolhimento desse processo”, explica a diretora Juliane Mendes Rosa La Banca. “Tivemos um grande trabalho no planejamento e preparação dos ambientes para receber as crianças e famílias de forma segura e acolhedora”, ressalta.
Roberta Krahe Edelweiss é mãe do Martin, de 10 meses. Ela conta que o período de adaptação é difícil, mas se sente acolhida pela equipe do NDI. “Eu estou muito feliz. Esse ambiente é muito lindo e muito alegre, cheio de estímulos. O carinho que ele está recebendo e a atenção. Todo mundo está bem preparado. Eu achei que ia ser mais difícil. Estou com o coração partido de deixar ele aqui e sair da sala. É o primeiro momento que a gente se separa. Mas a gente fica muito confortável porque ele está em ótimas mãos e com muito cuidado”, conta.
Parque da frente do NDI. (IFoto: Juliane Mendes Rosa La Banca)
Outros grupos de crianças maiores também receberam novos alunos. “Crianças entre quatro e seis anos de idade também têm necessidade de adaptação, portanto o planejamento pedagógico do NDI também considera as necessidades das crianças e famílias nesse contexto inicial de criação de vínculos com a nova professora e os novos estagiários, de socialização com os colegas e de exploração dos espaços, materiais e brinquedos”, complementa a diretora Juliane.
Daniele Detanico, mãe do Pedro Lucca de 7 meses, conta que ter sido sorteada para a vaga no NDI foi motivo de comemoração na família. “A gente ficou super feliz por ter conseguido a vaga, por ser um lugar bem bacana, com uma proposta pedagógica bem diferenciada. Esse primeiro momento tem sido um desafio mais pros pais do que propriamente para as crianças. Mas pra minha surpresa ele ficou super à vontade com as professoras e aí a gente vai vendo ao longo da semana como ele vai se comportando. Mas a expectativa é muito boa. A cada dia ele vai se soltando um pouco mais,” relata.
Fila para testagem de trabalhadores. (Foto: Juliane Mendes Rosa La Banca)
“Esta está sendo a primeira experiência na minha filha no NDI e o que a gente sente já de diferença é na inclusão, na preocupação no bem estar com a criança. Ela está à vontade, tá curtindo o espaço, e tem a liberdade de se sentir bem antes que a gente vá embora, o que é muito vantajoso pra ela. Agradeço muito pela oportunidade de estar aqui”, conta Carla Alecssandra Bruckmann, mãe da Alice Leona, de quatro anos.
Professoras e famílias relataram a saudade da interação presencial. A professora Andressa Joseane da Silva conta que a expectativa pelo primeiro dia de aulas era grande. “Eu senti falta de estar no presencial com as crianças e estou na expectativa de poder ter esse trabalho letivo com as crianças como já costumávamos ter. Tenho curiosidade de saber como será o retorno das crianças. De saber qual será o impacto de todo esse tempo distante da convivência com outras crianças, de saber as outras experiências que elas tiveram na escola. Enfim, como é esse retorno para as crianças. No período de inserção, que no meu grupo está sendo muito tranquilo, umas das coisas que tenho me interessado é nesse retorno das crianças, como elas vão se comportar, que experiências vão relatar, quais vão ser os interesses. Tenho registrado esse movimento e falas das crianças nesse momento de retorno presencial”, conta.
Ana La Banca Francisco, aluna do NDI (Foto: Juliane Mendes Rosa La Banca)
Os primeiros dias já foram preenchidos de sorrisos, sons, conversas e muita animação. A diretora Juliane relata que o momento de brincar no parque da escola preenche de vida o pátio do NDI. “Reencontro com os amigos, a hora de brincar no parque, que é uma unanimidade entre os pequenos. Ainda de máscaras, tomando cuidado e seguindo as orientações, o reencontro com o ambiente escolar e com tudo o que ele representa na aprendizagem e desenvolvimento das crianças faz valer a pena todo o trabalho dispendido para que o NDI pudesse iniciar a fase 3”, pontua.
“Eu trabalho no NDI há aproximadamente 23 anos. Esse momento antes do início das aulas foi de muita preparação, muita preocupação em garantir o conforto, a segurança e a qualidade do trabalho, questões que sempre foram prioritárias para o NDI. E agora quando pudemos receber as crianças de uma forma 100% presencial, todo esse trabalho que envolve reuniões, discussões e cuidado minucioso com todos os detalhes, passa a fazer sentido. Eu me sinto muito contente em estar aqui, pois a equipe toda pegou junto e vestiu a camisa e agora podemos estar nesse momento de escutar os risos, os gritos, as corridas, todo esse movimento dentro da escola,” diz o assistente em administração do NDI, Gilberto Lopes Lerina.
Para Ana La Banca Francisco, de cinco anos, a experiência é muito simples de definir: “O primeiro dia de aula foi ótimo! No NDI eu gosto de brincar e de fazer aventuras”, sorri
com contribuições e fotos do NDI